O frontman dos Metallica, James Hetfield, foi entrevistado para a edição de Julho de 2009 da revista Classic Rock do Reino Unido. Alguns pontos da conversa podem ser conferidos abaixo.
Classic Rock: Você estava feliz de ver as costas do [ex-guitarrista do Metallica e actual líder dos Megadeth] Dave Mustaine?
Hetfield: Eu não sei se "feliz" é a palavra certa, mas era necessário. Teria eu, Lars [Ulrich, bateria] e ele todos tentando liderar e isto seria uma confusão triangulada. É óbvio que ele queria o mesmo caminho que nós - ele continuou a fazer óptimas coisas nos Megadeth. Do jeito que as coisas estão hoje, as dinâmicas de carácter, Lars e eu somos metade da escala com Rob [Trujillo, baixo] e Kirk [Hammett, guitarra] sendo a outra. Eles são pessoas de óptimas ideias, mas muito boas em estar na boa em deixar alguém liderar. É preciso disso, eu acho. Eles não ligam para o ego e Lars e eu somos o contrário, parece. Isso que me disseram [risos]. Então naquela época, Dave tinha que ir.
Classic Rock: Em Some Kind of Monster, ele parece bem infeliz com isso.
Hetfield: Ele é uma pessoa incrível, talentosa. Talvez parte de seu carácter seja só ter esse peso nas suas costas. Se me tivessem tirado dos Metallica, eu também teria. Ron McGovney, nosso primeiro baixista - peso muito grande nas suas costas. Eles não são capazes de realmente estar confortáveis com o agora, e é difícil de ver. Lars também disse isso na entrevista: "Você não vê o que você fez?" Mas nada disso importa porque ele está buscando algo inalcançável.
Classic Rock: Você estava desconfortável com a nova imagem da banda para o album Load?
Hetfield: Com certeza. Lars e Kirk lideraram esses discos. Todo o tópico "nós precisamos nos reinventar" estava de pé. Imagem não é algo de mau para mim, mas se a imagem não é você, então não faz muito sentido. Eu acho que eles buscavam na verdade uma vibração estilo U2, Bono fazendo o seu alter ego. Eu não conseguia entrar no clima. Todas as coisas de "ok, agora nesta sessão de fotos nós seremos roqueiros glam dos anos 70". Tipo, o que? Eu diria que metade - pelo menos metade - das fotos que estão no livreto, eu me livrei. Todo o negócio da capa, era contra o que eu sentia.
Classic Rock: O que você não gostou da capa?
Hetfield: [Risos] Como eu posso dizer? Eu acho que quando eu falei [mais cedo na entrevista] sobre ressentimentos de ser deixado de fora dos laços que eles tinham através do uso de drogas - Lars e Kirk curtiam bastante arte abstracta, fingindo serem gays. Eu acho que eles sabiam que me incomodava. Foi uma afirmação para tudo isso. Eu amo arte, mas não para chocar os outros. Eu acho que a capa de Load foi só uma provocação disso tudo. Eu fui na mesma com essa coisa de maquilhagem e todas merdas loucas, estúpidas que eles sentiam que precisavam fazer.
Classic Rock: Muito foi dito sobre os cortes de cabelos na época. Isso foi uma decisão do grupo?
Hetfield: [Risos] Não foi do tipo de irmos juntos e então, "ei, conseguimos um desconto por quatro cortes?" Simplesmente foi acontecendo devagar, com a idade, cabelos mais ralos. Cabelos longos não parecia mais certo.
Classic Rock: Musicalmente, essa foi a primeira vez que os Metallica estiveram incertos?
Hetfield: Eu diria que sim. Aquele período todo. Por que nós precisamos nos reinventar? Muitos dos fãs se desanimaram muito com a música, mas principalmente, eu acho, pela imagem.
Classic Rock: Você se sentiu incomodado com Kirk e Lars se beijando nas fotos?
Hetfield: Totalmente. E é por isso que eles fizeram isso. Eu sou a força por trás das aventuras homossexuais deles. Eu acho que as drogas tinham alguma coisa a ver com isso também. Eu espero. [Risos] Tiveram várias vezes na nossa carreira que as pessoas saltaram fora, e isso vai acontecer. É mais doloroso ouvir, "ok, estão quebrando discos dos Metallica porque eles estão processando o Napster".
A tradução completa da entrevista poderá ser lida brevemente aqui neste blog.
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